Bondinho de Santa Teresa será reconectado ao Trem do Corcovado após mais de 50 anos
- Redação
- 7 de out.
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Depois de mais de meio século de interrupção, o tradicional Bondinho de Santa Teresa voltará a se conectar ao Trem do Corcovado, restabelecendo um antigo elo entre dois dos mais icônicos meios de transporte sobre trilhos do Rio de Janeiro. A reativação será possível com a conclusão do novo ramal Silvestre, atualmente em fase final de obras e com previsão de testes operacionais ainda em outubro de 2025. A reabertura oficial está programada para o início de 2026, com um passeio inaugural para convidados, em data ainda a ser confirmada.
O retorno do trecho entre as estações Dois Irmãos e Silvestre marca a conclusão do circuito original dos bondes de Santa Teresa, inaugurados em 1896 e símbolos do charme e da história do bairro. O ramal estava desativado desde 2008, após sofrer com furtos de cabos e deterioração da estrutura. A situação se agravou com o acidente ocorrido em 2011, que deixou sete mortos e dezenas de feridos, levando à paralisação total do sistema até 2015. Desde então, medidas de modernização e reforço na segurança vêm sendo implementadas, incluindo a substituição do material rodante e novas regras operacionais.
A nova conexão com o Trem do Corcovado representa a retomada de um trajeto histórico interrompido desde a enchente de 1966, quando o acesso à estação Silvestre — uma das paradas da ferrovia inaugurada por Dom Pedro II em 1884 — foi interditado e nunca mais reaberto. Com a reativação, turistas e cariocas poderão realizar um percurso que liga o centro da cidade ao Cristo Redentor, passando por Santa Teresa, em uma jornada que integra patrimônio histórico, paisagem natural e mobilidade sustentável.
Apesar do avanço nas obras, o sistema ainda opera com limitações. Atualmente, apenas oito dos 14 bondes previstos estão em funcionamento. Após o acidente de 2011, foram adotadas novas normas de segurança, como a proibição de viagens em pé ou nos estribos. Aos fins de semana, os bondes transportam cerca de 2.200 passageiros. A tarifa custa R$ 20, mas moradores cadastrados pela Associação de Moradores de Santa Teresa (Amast) têm direito à gratuidade. Para o presidente da entidade, Orlando Lemos, é fundamental que a expansão do serviço continue contemplando a população local.
De acordo com a Secretaria de Transportes e a Central, empresa pública responsável pelas obras, o projeto recebeu um investimento aproximado de R$ 70 milhões. O trajeto terá cinco quilômetros em cada sentido, com nova iluminação em LED, redução de ruídos e trilhos com tecnologia similar à do VLT Carioca. O trecho final, de 300 metros, ainda aguarda a instalação dos trilhos.
Com a reativação, o Bondinho de Santa Teresa se prepara para reconquistar seu papel como uma das experiências mais emblemáticas do Rio — agora com mais segurança, conforto e conexão histórica restaurada.







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