Cidades da Baixada estão entre as piores do Brasil para se chegar e voltar do trabalho
- Redação
- 9 de out.
- 2 min de leitura

A Baixada Fluminense concentra algumas das piores condições de deslocamento urbano do Brasil, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (9). O levantamento, parte do Censo 2022, revela que cinco municípios da região estão entre os seis com trajetos mais lentos para o trabalho em todo o país.
De acordo com a amostra “Deslocamentos para trabalho e estudo”, 12,5% dos moradores de Queimados passam ao menos duas horas no trajeto até o emprego — o maior índice entre as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes.
A pesquisa confirma as dificuldades enfrentadas diariamente por quem vive na região metropolitana do Rio. Entre as seis cidades com piores tempos de deslocamento do país, cinco estão na Baixada Fluminense:
Queimados (RJ) – 12,5% gastam mais de 2h no trajeto;
Nova Iguaçu (RJ) – 11,8%;
Belford Roxo (RJ) – 10,8%;
Magé (RJ) – 10,2%;
Duque de Caxias (RJ) – 7,8%;
Itapecerica da Serra (SP) – 10,5% (única fora do RJ entre as seis primeiras).
No total, 11 das 20 cidades com maiores tempos de deslocamento estão no estado do Rio de Janeiro, o que reforça o peso da Região Metropolitana no problema da mobilidade urbana.
Longas viagens e desequilíbrio urbano
Segundo o IBGE, a principal causa para a longa duração das viagens está no desequilíbrio entre locais de moradia e oferta de empregos. As cidades da Baixada abrigam grande parte da força de trabalho, enquanto as oportunidades se concentram nas áreas centrais do Rio. Isso obriga milhões de pessoas a realizar deslocamentos diários intermunicipais, majoritariamente em trens, ônibus ou vans.
O resultado é um sistema de transporte sobrecarregado, com congestionamentos frequentes e impacto direto na qualidade de vida da população.
Mobilidade no Brasil
O levantamento mostra que cerca de 70 milhões de brasileiros se deslocam diariamente para o trabalho, sendo que 1,26 milhão leva mais de duas horas no percurso. O trajeto mais comum no país é o de 6 minutos a meia hora, tempo gasto por cerca de 40 milhões de pessoas.
A Região Sudeste, por concentrar a maior parte dos empregos e da urbanização, é também a que mais sofre com deslocamentos prolongados — com o Rio de Janeiro liderando esse cenário.
Meios de transporte
O automóvel continua sendo o meio de transporte mais utilizado, responsável por 32,3% dos deslocamentos, seguido por ônibus (21,4%) e motocicleta (16,4%). Ainda assim, 17,8% dos trabalhadores fazem o trajeto a pé, especialmente em cidades menores ou com pouca oferta de transporte público.







Comentários