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Desempenho Escolar e Socialização Melhoram nas Escolas do Rio com Proibição do Uso de Celulares

Desde a implementação da proibição do uso de celulares nas escolas do Rio de Janeiro, os resultados têm sido notáveis. A medida, adotada pela prefeitura no início de 2024 e posteriormente sancionada como Lei Federal 15.100 em janeiro de 2025, visa combater os efeitos negativos do uso excessivo de dispositivos móveis no ambiente escolar.

Concentração e Aprendizado

Estudantes como Tauane Vitória Vidal Fonseca, de 15 anos, relataram melhorias significativas em seu desempenho acadêmico após a restrição. "Quando a gente podia usar o telefone, eu ficava o dia inteiro no celular, ao invés de prestar atenção nas aulas. Depois que proibiu, minha nota subiu lá em cima! Matemática, principalmente, melhorou muito", afirmou Tauane.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação, houve um avanço de 25,7% em matemática e 13,5% em português entre os alunos do ensino fundamental em 2024. Esses resultados foram analisados por um pesquisador da Universidade de Stanford, que isolou variáveis para atribuir os ganhos diretamente à proibição do uso de celulares.

Socialização e Comportamento

Além do impacto acadêmico, a medida também promoveu uma melhoria na interação social entre os estudantes. "Antes da proibição, eu tinha que ficar brigando o tempo inteiro, porque como é que o aluno vai prestar atenção, se ele está mexendo no celular? E os alunos bons estavam sendo capturados", relatou o professor de história Aluísio Barreto da Silva.

A diretora do Ginásio Experimental Olímpico Reverendo Martin Luther King, Joana Posidônio Rosa, destacou a importância da colaboração com as famílias para o sucesso da implementação. "Logo que a medida foi anunciada, a gente começou a falar com as famílias, pelos grupos de WhatsApp, nas reuniões de pais e a gente teve uma adesão de praticamente 100%", afirmou Joana.

Desafios e Adaptação

Apesar dos benefícios observados, a transição não foi isenta de desafios. Alguns estudantes apresentaram resistência inicial à medida. "Tinha aluno que se recusava, tinha aluno que brigava comigo...", lembrou a diretora. No entanto, com o tempo, a adaptação se consolidou, e os alunos passaram a se envolver mais nas atividades escolares e sociais.

Perspectivas Futuras

O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, enfatizou a importância de políticas públicas que auxiliem na gestão do uso de tecnologias entre jovens. "A escola tem que ser um espaço não só de aprendizagem, mas também de interação social, de rede de apoio", afirmou Ferreirinha, sugerindo que restrições adicionais, como limitar o uso de redes sociais para maiores de 16 anos, poderiam ser consideradas no futuro.

A experiência do Rio de Janeiro serve como um exemplo de como intervenções estratégicas podem promover melhorias significativas no ambiente escolar, equilibrando o uso da tecnologia com o desenvolvimento integral dos estudantes.

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